Ele vivia reclamando do tricô.
Que ela não assistia televisão com ele, que não fazia cafuné nele, que não era uma mulher ideal, dessas quietinhas... E fazia tricô, tricô, tricô.
Ela sabia que não assistia a televisão com ele porque ela odiava programas de bicho, e esportes, e filmes classe B. Não fazia cafuné nele porque ele era grosseiro e, quando o tocava, ele já ia pedindo pra ela arriar a calcinha, "pois é assim que macho faz".
E o bafo era puro malte...
Não era dessas quietinhas porque sabia que o tom de voz subia para elevar a auto-estima.
E fazia tricô, tricô, tricô.
Um dia ele pegou o saco de lã e tocou fogo em tudo, gritando que nem louco.
Ela só lamentou o finalzinho do novelo amarelo.
A mortalha que tecia pra ele, todo dia um pouquinho, ia ficar com uma lista repetida...
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Venenos do dia a dia
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Um comentário:
Bem q podia ser um cachecol ao inves da mortalha, q eles pudessem esquecer por um momento o q nao gostavam um do outro e passassem a obervar os pontos positivos de cada um, q o egoismo e o orgulho dessem lugar ao altruismo e a humildade...um casal feliz brotaria enfim...
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