sexta-feira, 29 de maio de 2009

Do baú (2005)

O que fazer com uma tarde de outono que insiste em não acabar, detendo a noite nas beiradas do céu de forma tão egoísta?

O que fazer com uma tarde modorrenta de outono que recorta impiedosamente as silhuetas da cidade, impondo-nos a solidez das coisas?

O que fazer com uma tarde que não permite devaneios?

Talvez karaokar Billie Holiday, desafiando a extensão da goela... Talvez entupir os ouvidos com o canto daquela cigarra monótona que despeja aspereza e melancolia em tudo.... Talvez abrir o chuveiro e beber uma chuva doméstica.

Talvez desafiar o relógio, deixar o tempo respingar em nossos olhos seus segundos incolores, deitar-nos à sombra de uma árvore imaginária e sonhar com aves de arribação.

Por que voltei?

Porque quis. O twitter é legal, mas não tenho o espírito de síntese necessário. Além disso, tem patrulha pra caralho, querendo normalizar/normatizar o uso da ferramenta. Especialmente quando você resolve conversar com alguém.
Ora, qual o problema?
Pula, unfola, faz o caralho, mas não enche o saco dizendo que twitter não é msn.
Twitter é o que o usuário quiser que seja, porra.

Tem gente que só consegue entender coisas em escaninhos.

Voltei 2

Queria ter o bíblico saber

Para reescrever a história do mundo

Iniciando o Gênesis assim:

"No começo, era a paz."


Como não tenho, prefiro escrever o fim. Assim: "No fim, dançamos!"

Voltei

À noite,

Me refugio

Em arcos.

Não quero ver

A partida

Do trem,

Dos barcos.

Acordei com gosto de partida nos lábios. Mas lábios se resolvem com beijos. Diferentemente de garganta, que pede profundidade.

Melhor acender uma estrela e deixar tudo rolar. Como tiver de ser.