segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A publicidade brasileira no mar de merda

Há tempos observa-se que a publicidade brasileira, premiadíssima em Veneza e outros festivais importantes uma caralhada de vezes, virou um pastiche pouco criativo e chato, chato, chato. Intolerável mesmo, salvo raríssimas exceções.

Em tudo, a começar pela gritaria daqueles atorezinhos que trabalham pras Casas Bahia, impera
o "´já visto", o mau gosto, o tosco.

A Schin, com aquele monte de espirros e chiados, mais parece um comercial de remédio pra gripe do que de uma cerveja que se pretende (mas não é) boa.
Tudo muito ruim: a concepção, a execução, as personagens, o texto, a trilha sonora.

Aquela do pinguim retardado, que fica repetindo cem vezes o número 21, é de arrepiar o mais gelado dos esquimós. Arrepiar de horror, nunca de tesão. Tesão deve ser pegar aquele pinguim e passar uma faca Guinzu no pescocinho dele, pra ver se o bichinho se cala até o fim dos tempos.

A Tim resolveu apelar para o melaço ideológico e visual de "O pequeno príncipe" ao colocar no ar aquela menina sonsa que não tem nada de material (nem merece), mas tem amor demais, demais, demais... e é mais chata que a Malu Magalhães. Eita coisa monótona, meu Deus. Estimula as pessoas a se tornarem consumistas para não correrem o risco de ficarem tão idiotas quanto a personagem.

E entre goles de cerveja que descem quadrado a pinguins ventríloquos, vamos navegando na mesmice, na estupidez, no óbvio gritante e literalmente ensurdecedor.

Se antes ver televisão podia ser um prazer apenas por causa da criatividade de alguns comerciais (quem não se lembra.. Casas Pernambucanas, Varig, Mantas Parahiba...), hoje nem isso mais justifica ligar o seu tevê de LCD comprado em 10 vezes. Pra ver aquilo?

Melhor passear na floresta, com lobo e tudo correndo atrás.

Por onde andam os Neil Ferreiras da vida, hein?