terça-feira, 4 de setembro de 2007

Moça na janela



(Moça sentada vista por trás. Salvador Dalí. 1925)

Seu mundo se resumia àquela janela. Daí que ela meditava muito sobre aridez. Quase nunca passava gente. Por isso, esperava ansiosamente aparecer na janelinha do prédio em frente o cara barbudo, que vinha de vez em quando, olhava para fora, fixava-se um pouco nela e sumia.
Era o quase-único indício de vida: a barba daquele homem. Pelo menos era uma barba ruiva, o que trazia um pouco de ouro e rubi para a existência da moça na janela.

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